As Mocinhas na Piroga

A piroga descansava sua madeira

Nas águas límpidas da longe lagoa

Sobre ela duas mocinhas faladeiras

Donas de uma sombra que não tinha proa

Aquela piroga até que resistia

Em escutar a animada conversa alheia

Mas era só uma refém imóvel

Reduto e suporte das duas sereias

Até o crepúsculo se fez mais rubro

Aos dizeres risonhos das comadres

Que tinham de ir embora, porém já sem alarde

Ficou sozinha a piroga a balançar

Até a lua chegar ansiosa, amarela e cheia

Era delas agora o assunto, das horas da noite inteira

Ricco Salles
Enviado por Ricco Salles em 04/08/2014
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