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ABSTRACIONISMO [521]
 


Quando rio, de mim sou menos eu,
e, se choro, duvido tê-lo feito.
Só sisudo me dou por satisfeito;
a sorrir e a chorar, sou fariseu.
 

De viés, já pareço o grão-sandeu,
mas o mundo me bota mais defeito;
e, se agora paixão me dói no peito,
creio menos, me faço de um ateu.
 

Para todos, às vezes, quase afável,
outras horas aquele indecifrável,
que labuta da vida nos roçados.
 

Agridoce e pendente para amargo,
um sujeito formal e, sem embargo,
com arrobas de gafes aos costados.
 

Fort., 18/08/2014.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 19/08/2014
Reeditado em 19/08/2014
Código do texto: T4928175
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