SONETO DE FAZ DE CONTA


Façamos de conta que nada morreu.
Que tudo inda é como antigamente.
Que somos felizes, alegres, contentes,
E que, nem eu nem você, esqueceu.

Façamos de conta que o amor renasceu.
- Como ainda nos fosse naturalmente -
Como nunca, em nós, se fizera ausente,
... Ou um novo tempo nos amanheceu.

Façamos de conta que é como antes
- Cada momento... Cada instante... -
E que o tempo pra nós não passou.

Que tudo inda é como em outrora.
Que tudo de antes se fez em agoras,
Que o amor, em nós, se perpetuou!

                         Puetalóide



*******


FAZER DE CONTA


- Abro a janela. Noite alta. olho  céu.
De repente penso... nós dois, e na realidade.
Vasculho estrelas infinitas e lembro, como um véu
toldou de tristezas nosso amor, que na verdade

já nem é mais real, quase inexistente.
Mas eu faço de contas que tudo está bem.
E ao olhar você, sinto como é comovente
perceber que tudo está a ruir também...

Por que fingir que nada mudou? Saudade?
Sentindo a brisa no rosto, com lágrimas a cair,
fecho a janela, entro, solidão me invade.

Quero pensar que tudo é como foi outrora.
Mas não consigo... mágoas a me confudir.
O tempo passou... sei que não existe amor agora...

                         Simplesmente Romântica



*******


Sim; façamos de conta que é bem assim...
Que somos felizes como antigamente,
Que guardamos no peito a tenra semente,
Que outrora plantamos e que germina, enfim.

Façamos de conta que o amor não morreu,
Que em nós ressuscita tão ternos momentos,
Que no peito abriga o mais puro alimento,
Que um dia colhemos e jamais pereceu.

Façamos de conta que tal como antes,
Vivamos à sombra de belos instantes,
E que a vida nos inspire sempre o amor.

Que tudo em nós, reflita o acerto de outrora
Que o ontem se faz presente no agora
Que o faz de conta seja a verdade mor!

                         Aila Brito



*******


SE EU PENSAR...


Se eu pensar que foi um faz de contas
Que tudo ainda é o antigamente
Que agora sou feliz... Vezes sem conta
Esse desejo passou em minha mente!...

Se eu pensar que nada então morreu
Que a vida segue feliz e bem contente
Que um novo tempo pra nós amanheceu
Que nada entre nós se faz ausente...

Se eu pensar no beijo teu, ardente
Cada carinho, cada gesto da loucura
Que nos tocou tão bela e livremente...

Juro que volto amor, para teus braços!
Pois só assim acaba a amargura.
Outra vez vivo e para a ti renasço!...

                         Ângela Faria de Paula Lima



*******


SONETO UTÓPICO


Faça de conta que eu estou de volta
E isto nos servirá de linimento.
A fim de aprofundar o sentimento
O faz de conta realiza uma escolta...

Do que entre nós foi puro encantamento
Meu ser se nega a guardar com revolta
Pois subíamos na madrugada solta
Rumo ao universo o nosso firmamento...

Não dá pra olvidar aqueles momentos
Que dominavam nossos pensamentos;
Que perpetuaram-se em nossa memória.

Faça de conta que agora acordamos
Que de fato nós jamais nos deixamos
Que enfim, prosseguirá a nossa história.

                         Madalena de Jesus



*******


"...SENTIMENTOS ETERNOS..."


Desde quando larvas viram borboletas,
E a boa semente brota, da semeadura
Uma história de amor, sempre perdura,
Como um novo adubo, qual folhas secas.

Não são tolas birras e briguinhas à toa,
Que põem o fim, no romance autêntico.
A força do amor tem habitat sistêmico,
Infiltrando-se na alma, e assim ele voa.

Provoca paixões, às vezes imprudentes,
E abre o paraíso aos olhos apaixonados.
Pode fazer nobre, o espírito enamorado.

Ainda une famílias, hà anos dissidentes,
Eterniza sentimentos nos reencarnados.
O maior fulgor afetivo, por Deus, criado!

                         Jacó Filho