Imaterial
Conte-me de que matérias fostes tu criada,
Diga-me com quais dons fora então munida,
Pois a pele se parece ao fio de uma espada,
E nunca vi beleza tanta em toda minha vida,
Como todos têm, cada um, com seus talentos,
Descrevo a ti como o mais perto da perfeição,
De que substâncias és feito esses seus intentos,
Que em mosaicos gregos os deuses pintarão,
Falo da primavera e do frescor que tem o ano,
E da semelhança que tem a sua imagem,
Diante de ti o coração se mantém fiel e soberano,
Criar-te foi à prova de que existe a coragem,
Tomas parte de toda graça do que é visível,
Semelhante a algo que se mostra invencível,