SÍNDROME NEFASTA

Abrenúncio! Essa álgida falange afasta,

Ó Morte alvar, aquela que o poema emplastra

De sombra escura que elegia alastra.

Incólume é a montanha rubicunda, e basta!

No pálio esplêndido uma prata casta,

Com arte, o Ourives-Mor do mundo engasta.

Noitifica. Eu cismo só: “per aspera ad astra”...

Célere, o sono para a cama já me arrasta!

Desbota a aurora nova, e a contrição desgasta:

Sorumbático, bate com sor cataclasta

O antanho acídulo e aziago Eu-Orgiasta;

Casquilhamente mor galeiro iconoclasta,

Sem nome de batismo, um nômade sem pasta,

Folgo em saber que Baco é divindade rasta!

Péricles Ventura Neto
Enviado por Péricles Ventura Neto em 22/10/2014
Reeditado em 27/02/2017
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