Rabiscos
 
Meus versos não são versos burilados,
Mas dizem, falam das coisas que vejo.
Falam de dor, de amor e de desejo,
Falam da vida, sonhos almejados.
 
Meus versos são rascunhos rasurados,
Que riscam meu papel como lampejo;
E são como a procissão de um cortejo,
Lamentos, marcas, erros e pecados.
 
E em meio a tais escombros da jornada.
Vai minha lira amarga desenhada
Sentar naquela nuvem da existência.
 
Pensar, pensar que tudo não foi nada.
Guardar que o tempo talha a caminhada,
E prova nossa verdadeira essência.