Arde-me ver, que tudo me abandona!

Arde-me ver, que tudo me abandona!

(Soneto com mote)

Tudo é espanto e crepitar no início!

Amizades perpétuas são paridas…

Desmedidas lisonjas e sentidas,

Que aos poucos vão perdendo o doce vício.

Tudo é maravilhoso em nossa vida,

Enquanto nós não somos um resquício;

Enquanto dura o pérfido artifício,

O elo… a perenidade que é esquecida!

Nunca ninguém olvida quem nós somos,

Nem porventura alguma vez se ensona,

Só por nos recordar em ténues gomos.

Queima-me… a minha mente que visiona,

O vácuo que é tão díspar do que fomos.

Arde-me ver, que tudo me abandona!

André Rodrigues 6/11/2014

Dom Poeta
Enviado por Dom Poeta em 06/11/2014
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