Eu, vencido

O chumbo frio escarnece

O crânio aberto que apodrece

Nesse inferno abrasante

Duma inexistência sufocante.

O tilintar do gatilho anunciou

A morte de Meca e de Jerusalém.

A vertência dos fluidos aliviou

A dor de mais um ninguém.

Sete palmos na garganta,

Sete dias de diabólicas barganhas,

Sete estupros das entranhas.

Aonde está aquela glória?

Não há dor, nem há o haver,

Acabou-se o verbo e a história.

Itinga
Enviado por Itinga em 09/11/2014
Reeditado em 27/11/2014
Código do texto: T5029342
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