Contigo.

A dar-me logo o céu a doce brisa,

Na manhã primaveril que se esplende,

De ti a estação na nudez cativa,

Com a volúpia do outono se estende,

E esse tempo fugitivo era do inverno,

Que o frêmito a folha e árvore se despia,

Era excessiva a diatermia do inferno,

Por vezes brilha o poente em demasia,

Contigo presente o estio se fez vivo,

Ou tanto a noite em astros anunciar,

Em ti o prazer dum ano é furtivo,

O dia se extinguindo ao sol lunar,

Que tens a meu ver um tom altivo,

No repouso indecente que é amar,

Andre Santana
Enviado por Andre Santana em 11/11/2014
Reeditado em 02/05/2015
Código do texto: T5031689
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