Dualidade

Em meus lábios surge um triste sorriso,

Que exala agonia e solidão apenas...

Dormem no silêncio de minha alma as cenas

Que outrora eram parte de um paraíso.

Às vezes, lembranças belas e serenas

Tornam-se suspiros negros, e é preciso

Olvidá-las pra não verter sobre o riso

Do passado, lágrimas de eternas penas.

Meu coração pálido chora na treva

Por não deslembrar o Amor que me leva

Para o mais profundo inferno interior.

Eis a dualidade atroz da existência:

O encanto sublime que traz decadência,

E a paz decadente que faz o Amor.

Renan Caíque
Enviado por Renan Caíque em 14/11/2014
Código do texto: T5035286
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