Soneto da madrugada
Soneto da madrugada
Um dia o anjo lembra e toca o sino.
Por que não aceitar o tal convite?
Minha estrada é de pó, veja, acredite,
por que não me chamou quando menino?
É hora de passar o pente fino.
O anjo está querendo que eu me irrite!
Olhe agora em meus olhos, não me evite...
Eu acho que ele quer meu desatino!
Dancei no calendário, palmo a palmo...
Percorri, inteirinha, a minha estrada...
E o anjo, lá no Céu, cantando Salmos...
É tarde... Até o Demo dá risada...
Lá fora a chuva cai, mas estou calmo
escrevendo, escrevendo... É madrugada!
Gilson Faustino Maia