Alma maculada

O medo me consome dia e noite

Não quero parecer doente, louco

Por mais que isso pareça pouco

Este, amigo, seria o meu açoite.

Com as palavras que eu digo

Tomo o maior dos cuidados

Não quero revelado, pecados

Que eu cometi contra amigos

Não meus, dos outros, mãe, filho

Prodígio que poderia ser, não foi

Porque eu necessito de tal brilho

Da não-resposta de um “oi”

De uma intersecção no trilho

Do bezerro que não será boi.