Imagem do Google 




O PRISIONEIRO [548]
 


Um canoro silêncio, o mais suave,
eis invade a mansão da madrugada;
do luar, n’amplidão embaciada,
luz argêntea, diáfana, tão grave.
 

As estrelas nem luzem quase nada,
em razão de uma lua, a bela nave,
que tateia lonjuras, sem entrave,
num alvor de aprazível cavalgada.
 

Mas o preso, nas grades lá da cela,
tinha dentro de si grises escuros
- nele um cerne cheinho de procela.
 

Por motivos dos sonhos libertários,
um pulha ditador lhe erguera muros,
à mão de pulhas tantos mercenários.
 

Fort., 07/12/2014
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 07/12/2014
Código do texto: T5061512
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.