Vermes imundos

Dedicado ao Poeta Augusto dos Anjos

Roes tudo, verme, pútrido e imundo!

Não te faças de rogado, essa é tua missão!

Devastas-me tudo, até o meu coração!

Só não toques no cérebro! Pois, é meu ser profundo!

Roes tudo! Nada, nada te impeças

Em tua faina! Vais fundo, roes-me as entranhas!

Dás vazão a tua gula! Não te detenhas!

Mas, não toques na massa cinzenta que tenho na cabeça!

Sacias-te, verme, maldito!

Tua voracidade é tamanha...

Que nada te pertubes!Sei, que nem Cristo...!

Devastas-me todas as minhas carnes amarelecidas

E flácidas pelo tempo! Fazes festa!

Tua gula te apeteças mais e mais, peste!

Lourdes Limeira
Enviado por Lourdes Limeira em 18/12/2014
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