Sou eu o bicho

No véu bucólico do ocaso ardia

A figura do acústico, sem fúria

Alguma ou mesmo traço de lamúria

Vinda de outro lugar na pradaria.

Erguer um bosque, selva ou serrania

Sem brusca natureza, sem penúria.

Procuro uma mulher, algo que a cure

Da tormenta rupestre que irradia.

O canto é ouvido, o canto de algum bicho

Pretérito, sem forma, sem ruído.

A fêmea que procuro sem um nicho?

Não vejo nada, caos do convergido.

O véu sumiu na curva da unidade:

Sou eu o bicho em fina eternidade.

Heitor de Lima
Enviado por Heitor de Lima em 20/12/2014
Reeditado em 21/01/2015
Código do texto: T5076150
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