Soneto do Amor Supremo

Que é amar a bruma e os cafés

Que significa a minha filosofia e fé,

Se não te vejo por entre os ventos

Ao longo do nosso roto tempo.

Que é erguer-se todo o dia

No brutal chicote da idade,

Se não te tenho, toda pia,

Lânguida, deixando-me à calamidade.

Teu beijo venceu minha hidra,

Tua pele com a minha, fecha a ferida,

Anjo, tu és pedra !

Toco a milonga dos teus olhos

Danço ao teu ritmo, não nego

Dispo-me das defesas e da roupa, me entrego.

Itinga
Enviado por Itinga em 25/12/2014
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