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INSONE [556]
 


Não me sirvam angu ou iguarias,
quero o pão que me nutra mais interno;
as entranhas se mostram pelo externo,
já por isto degluto as utopias.
 

Se dos ímpios restar amor fraterno,
a expressão somarei às serventias.
Do lirismo me arranjem poesias,
pois a ti hei de ser gentil e terno.
 

E, o maior mercador da solidão,
para mais e melhor ser teu sozinho,
só me fiz, por ti só, um ermitão.
 

Confinada nas brumas da quimera,
entre nós, por enlace o desalinho,
a minha alma nem dorme à tua espera.
 

Fort., 25/12/2014
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 26/12/2014
Código do texto: T5081169
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