CANDURA

Submeto-me à viver em um estado de candura

Deixando o espaço da rosa ainda mais vazio

Na verdade é meu espírito a exigir esta tortura

Ele é quem vem me extraditar de meu exílio

Sente-se rasgado ao meio e sem costura

Pela triste ingratidão de seu filho arredio

Que o enrubesce a face e o enclausura

Ao prender a carne em seu próprio cio

E quando a salvação parece por um fio

É quem atreve fazer minh’alma a mais pura

É quem ousa depurar aquilo que eu vicio

Fazendo de mim um sábio em sua loucura

Para quando eu for provado no mais duro desafio

Tenha abolido de mim o pecado e a sua escravatura