Horas Brancas

“Do irreal, conduza-me ao real,

da escuridão, conduza-me à luz,

da morte, conduza-me à imortalidade.”

(Brihadaranyaka Upanishad 1.3.28)

Que enlevo sinto, enfim!... Minh’alma, pura,

Por fim encontra aberto o astral Jardim...

— O oculto Céu de ilustre Luz sem fim

Que guarda a Paz da mais eterna Altura...

Por fim eu sinto o olor que tanto cura

Vindo d’um casto Incenso de Marfim...

... Seguindo a além-Aurora em frente a mim

Encontro o Reino da mais pura Alvura…

... Ah, Horas Brancas! Horas Celestiais...,

Hora de unir-se ao Templo que conduz

As almas para os mais reais Portais!...

... Hora de ir pr’onde outrora os pés já pus,

De achar as Fontes de abstrações finais...

... De abrir minh’alma à nova e branca Luz!