Tempo...
Quando a mão do tempo me toca, essa malvada...
E, levemente, me faz sentir nas entranhas um arrepio...
É a força dos anos idos, vida que me dá calafrio
Diante do inexorável companheiro de jornada!
Olho para trás e tudo me dá uma falsa sensação
De que tudo o que fui resulta no que sou agora...
Feita de sonho, magia e do olho que a mágoa chora
Na perfídia, na mentira que é a enganadora ilusão.
Ah! O tempo... Esse meu amigo com seus tentáculos.
Na sinfonia eu vejo, são tão finos e longos os seus dedos
Que penetram agudos, nas frestas dos meus medos.
E fazem doer as feridas dos meus vários espetáculos
Que na vida ensaiei, fardo pesado... E desce o pano
E a cortina se abre novamente em um desafio insano...