DO PÓ, AO PÓ.

O homem, logo após ter florescido,

aos poucos vê o século que passa

sentindo cada vez mais ressequido,

e curvo o seu corpo já sem graça.

O fim é sempre o humano derretido

deitado sob a terra, e por desgraça

só serve para os vermes pervertidos

que em festa sempre comem a carcaça.

E quando vem a chuva ainda banha

o resto da mortalha apodrecida

que fétida mistura-se às entranhas.

E o mais custoso terno de madeira

também nunca resiste à investida

do tempo, e volta ao pó com a caveira.