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O ANACORETA [564]
 


Chove no tempo, chove-me por dentro.
Um temporal fustiga o firmamento.
Fura-me o peito um frio desalento.
Já nos miolos frases não concentro.
 

No olhar, é só o caos o que contemplo,
que da paisagem cinza me alimento.
Como que ensimesmado, desatento,
de um eremita sei que dou exemplo.
 

Das assuadas longe, e solitário,
mais eu serei teu contumaz amante,
no meu degredo, até sem calendário.
 

Contigo, dos teus beijos na memória,
o anacoreta, tanto e mais distante,
fará perene, e sempre, a nossa história.
 

Fort., 01/03/2015.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 01/03/2015
Código do texto: T5154311
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