Olho as belas curvas desta morena,
Que embora repouse calma e serena,
Banhou-me em seu fogo noite passada,
Ardendo minh’alma em chama molhada.

Seus pés, suas coxas, a penugem pequena,
Trazem à alma as imagens da cena
De uma noite louca e engalanada,
Por corpos repletos na sanha assanhada.

E o perfume... Oh! Que flor seria esta
Que me transforma em deus contemplativo?
Essência de um ser divino, altivo?

Ou Vênus exalando um fim de festa?
Sei que contemplar é o que me resta...
Toda minha vida, meu melhor motivo.