De tanto que roguei o amor sublime
Já fiz por merecer vossa existência.
Andei longe do vício, além do crime,
Nas linhas que traçou-me a paciência.

Já não existe promessa que me anime,
Nem juras que não fiz em tua urgência.
Mereço-te! Oh Deus! Peço que ultime
Esta dor que nasceu na adolescência.

Já não sou moço e corre impiedoso,
O velho amigo que comigo te esperou,
Falo do tempo senil e asqueroso,

Que não entende que merece quem sonhou.
Em minha vida só fiz foi ser bondoso,
P’ra ter tua vida como o sonho desejou.