Soneto do expurgo

Oh cálice, que do barbitúrico, nos atenta

Veneno,que da vida cruel nos liberta

Prová-lo penso,talvez por loucura

Conflitivo ser esvaído da candura

Oh escuridão,vivenda costumeira

se a morte surgir-me hospedeira

Tal abrigo acolher-me-ei sem demora

pois a felicidade seu hábitat me ignora

Só perdido nos recônditos esgotos

Os quais me apodreceram o âmago

Lá onde nasce lúgubres desgostos

Ah vida!...próprio embuste eterno

De mãos madrastas e sentido vago

Na pele sinto o clímax do inferno