Cabendo em Linhas

Não cabe no peito o ardor dos arrepios

Das coceiras que cortaram dias e dias a fio

Nem cabe na poesia o sangue escorrido

Que no próprio poeta, por outros, é revivido

A percepção dos cosmos e das ilusões

Que lhe foi destinado e julgado próprio

Na lucidez da realidade ou do ópio

Do marítimo ir e vir das emoções

Aflige o mais tolo ou forte

Sozinho, rumando sua sorte

Das estrelas mostrando o norte

Verdadeiro sentimento de paz

Nos sonetos, tão vivaz

Amor e arte tenaz