Catedrais
A minha alma é quão catedrais
Empoeirada de longínqua data
Outrora foi canto de viva sonata
Subindo aos céus notas angelicais
Ornamentado por luzente castiçais
Feito a gloria no fulgor da prata
Na beleza singela de mil serenatas
A abrandar as almas dos tristes mortais
Mas pós investida de clavas e adagas
Da crueldade vigente dessa vida
O meu canto morre como as margaridas
E as luzentes velas, todas apagadas
E de meus pedaços desta triste paga
Eu edifico um mundo de almas perdidas