A OUTRA FACE DO DESEJO.
Eu nunca quis te pertencer, jamais
quis o furor doce da tua boca,
nem os teus poros que transpiram “ais”
e me pervertem numa orgia louca.
Quero o prazer do meu viver de volta,
e me acoplar à perfeição da infância.
Quero um jardim, mas sem plantar revolta,
para colher nova aromal fragrância
Quatro paredes não indicam céu,
e nem apontam pra nenhum dos pólos,
no meio delas ficam presos réus.
Cansei de ser amor a tiracolo,
cansei de ser teu adoçante, o mel
do teu lençol, o eclipse do teu colo.