LEIA-ME
No teu corpo quente e moreno a poesia habita,
E me provoca, e me instiga, mesmo não estando sedento,
Te desnudo contemplativo, de alma não menos aflita,
Recito os saborosos versos de teu corpo, magistral acalento.
Ante teus olhos claros, brilhantes qual dois diamantes,
Me rendo e revisto todo o poema de calorosos beijos,
Me declaro amigo e me faço poeta, o mais fiel e digno amante,
Predestinado por toda a vida a matar teus desejos.
Corpo nu, poesia, vulcão em erupção, violão, uma canção,
De sonhos perfeitos e pelo amor cuidadosamente lapidados,
Misturam-se ardentemente e resplandecem em desmesurado fulgor.
Poema molhado é teu corpo profano plenamente suado,
Dourado e amado após tão sublime e feliz conjunção,
Em louvor da vida, da poesia, da canção e do amor.