Fachada

Ao passar pelas sombras deste olhar,

Para e descansa um pouco, por favor.

Pode tirar das costas esta dor,

Mas não pode seguir assim a chorar.

Cada letra que rola desta face,

Torna-se uma poesia inacabada,

Uma estrofe a não ser jamais contada,

Um fio que desata nosso enlace.

Vem conceber meus versos, vem viver.

Nossas linhas estão quentes, serenas,

Longe destas medidas tão extremas,

Sob a sombra das rimas do meu ser.

Sua dor de palavra é assim tão benta,

Que faz sumir a vírgula sedenta.