A Noite
Vem nascendo agora nesta noite
Desperta a fera morta dos sonhos
Medroso o duende dos vis bisonhos
Suspirando morre no tronco do açoite.
Na névoa o manto que aqui ainda morre
Cruzam animais e homens estranhos
Nas mansas veredas do entranho
Nas verdes valas do óleo que escorre.
E pouco a pouco se devolve a bruma
Tudo se entristece na terra da espuma
As flores desaparecem nesta sombra.
Porém no espectro triste uma calma
Murmura o anjo da disgra se assombra
Como o pobre morto cravado na sombra.
DR DMITRI