O velho e o mar

Do alto da amurada o velho avista

o oceânico deserto de seus mitos:

o céu e o mar, penhasco de conflitos,

onde a perda maior foi a conquista.

Indecifrados blocos de granito

esquecidos das intenções do artista,

como restos de sol ardem na vista

tal velas de naufrágios no infinito.

O brilho em seu olhar está esgarçado;

na catarata de tantas lembranças

é moldura num quadro inacabado.

Quer inventar um tempo de esperanças

pelas valsas e polcas do passado,

mas já não lembra os passos dessas danças.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 29/09/2015
Código do texto: T5398737
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