Agonia

À noite sobre a dor se me debruço

Ouvindo o cancioneiro da saudade

Esvai-se do meu ser mais que a metade

Na contração perversa de um soluço.

Eu choro, eu me debato, eu sigo o curso

Da depressão que o quarto frio invade,

E escuto Belzebu gritar: "Covarde!

Encerra essa agonia. Serra o pulso!"

O que me faz pensar (talvez) direito

E sossegar as ânsias do meu peito

É ter, no quarto ao lado, mãe e irmã...

O que fariam se ao abrir a porta

Vissem-me ali com minha cara morta

A desbotar no brilho da manhã?

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 14/10/2015
Reeditado em 01/11/2015
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