Da tumba aberta de um ventre quente,
Saio do céu pra fenecer no mundo.
E pelas mãos de um bisturi imundo,
Ceifou-me a vida um anjo demente.
 
Só o amor daquele colo quente
Já bastaria ao meu prazer fecundo,
Por que aquele bisturi imundo,
Foi me tirar o prazer eloqüente?
 
E a minha morte começou sadia,
Em noite escura de muita euforia.
Iniciando o fim de minha vida,
 
Deram-me o ar que logo faltaria.
Pois desisti de minha sobrevida,
Entre sorrisos na morte nascida.