Soneto errante

Ser errante. Eis a alma que vaga nos antros algozes da escuridão

Meu corpo em prostração tenta resgatá-la em vão

Na marcha vacilante, envelheço num lapso

Os sentidos imersos na morbidez. Temo tornar-me um relapso

Tantas expedições tortas, pandemônios e quimeras desatinadas

No seio da remota terra: lá alma está em grilhões colossais

Logo dar-me-ei o ultimato. A capitular face ao destino e suas ciladas

Como côncavo e convexo: corpo e alma não se completam mais (fim dos mortais)

Quantos espasmos, urros de lamento e pedidos de clemência

Sinto-me corpo estranho na decantada aldeia global (onde não existo)

A vida se deteriora no âmago do ser em pleno gozo da penitência

Vislumbro árvore frondosa da felicidade no crepúsculo matutino

Mas só vejo minha alma perde-se por inteira no diáfano infinito

Se houvesse o segredo do elixir da vida, em algum pergaminho (do bom peregrino)...

(Melo, Alex - 24/02/2012)

Alex Melloh
Enviado por Alex Melloh em 10/12/2015
Reeditado em 10/12/2015
Código do texto: T5476281
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.