O VIVER

Este corpo corroído, esquelético

Que desperta pena, asco, ojeriza

Desvalido, pelas alamedas agoniza

Foi belo, desejado, fútil e cético

O jovem é audaz, boçal, patético

Os conselhos desdenha, ironiza

Seu viço, beleza, carisma, enfatiza

Insipiente, néscio, chega a ser poético

A fugaz juventude é um doce engodo

Que nos inebria, em letárgico delírio

Converte sonhos, medo em denodo

Aproxima-se a senilidade, triste martírio

É vagar lentamente rumo ao desconhecido

Por herança a campa, coberta de alvo Lírio.

19/01/2016

ILARIO MOREIRA
Enviado por ILARIO MOREIRA em 19/01/2016
Código do texto: T5515808
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