Pecado

Voa passarinho, traceja,

O ar pútrido da moralidade.

És um pardal-da-igreja

Com ar opulento de abade.

Anda passarinho, a trepidar,

Nas covas que tu cavaste

Para as mortes que suscitaste.

As lousas negras a lapidar.

Tuas garras me puxam os cabelos,

Como tais, os dedos da leviana

A acariciar-me o ígneo cerebelo.

Os vermes que tu comes são os mesmos

Que andam a espreitar minha carne toda.

Trazendo-me à boca, ânsia incômoda.

Deyvid Medeiros
Enviado por Deyvid Medeiros em 25/01/2016
Reeditado em 25/01/2016
Código do texto: T5522778
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.