Mais um soneto
As nuvens brancas do céu
São como o teu corpo,
Deixam-me deveras absorto
Em pensamentos que correm como livre corcel
Numa praia deserta, o meu seguro porto.
Sou teu Pigmalião usando do meu cinzel,
Para esculpi-la e deposito em tua cabeça um véu
Das brancas nuvens que formam o teu corpo.
Então, eu tenho um anjo só pra mim,
Inteiramente alva e pura,
Trazendo-me amor sem fim.
Amor este que sempre dura,
Fazendo com que enfim,
Dos meus males seja ele a cura.