O leme

Ai, Solidão, entrego-te uma prece:

Tu, cujo nome a Humanidade teme,

Hás de doar-me, por favor, o leme

Dessa paixão que sobe aos céus e desce;

Jura e desmente; bravateia e teme.

Prepara a ida, mas não vai. Esquece.

Apanha, esfria; toma um vinho, aquece.

Faz-se feliz, daí a pouco geme.

Quero aprender a dirigi-la, e só.

Sabes por quê? - Porque eu respiro dela,

Mas sem controle eu vivo de socorro.

Não me acompanhes, Solidão. Tem dó!

Dá-me seu leme, entrega-me a tutela

E vai embora de uma vez (ou morro).

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 19/02/2016
Reeditado em 19/02/2016
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