AMOR OFUSCANTE.

Olhava para o céu, e olhava em frente,

para aquele sorriso que é só dela,

pra lembrança do outono, já amarela,

como o sol se esvaindo no poente.

A minha estrela, paralelamente,

coberta pela nuvem da mazela

à nova solidão se remodela,

quietinha, mas brilhando honradamente

Pensei tirar o coração do inferno

cheio do seu sentir alto, e profundo,

e dá-lo a um outro céu que seja terno.

Porém, revelo o brilho a um só mundo,

gritando, declarando amor eterno

a um céu com nuvens negras, e infecundo.