Penitência
Nunca amei, tampouco fui amado
Por isso, do lirismo raramente falo
Os versos sombrios são meu regalo
Exortam a solidão, meu triste fado
Ignoro o amor nunca fui enamorado
Da arte de amar sou simples vassalo
Insólito, arredio, o amor pouco exalo
Solitário, pueril, da luxúria fui ceifado
Há em mim latente desejo, a lasciva
Que em soturnas noites, vil e abjeta
Remete-me aos sonhos de casanova
Tais sentimentos assombra-me, afeta
Resoluto retorno a minha reles alcova
Para fielmente viver uma vida de asceta.
04/03/2016