A luz do Sol (soneto duplo)

A luz do Sol é aurora

que nos traz o dia claro.

À essa luz eu nada comparo,

e eu a quero pra mim e agora!

Então com este Sol eu me deparo

e não deixo que vá embora.

Dentro de mim algo aflora,

é minha admiração que a ele declaro.

Mas por olhá-lo em demasia,

eis que então eu fico cego.

É a consequência de minha ousadia.

Mesmo assim o Sol eu não nego.

E a sua aurora que nos traz o dia,

em minha memória eu a conservo.

Se cego fiquei pela luz solar,

ao Sol eu me escuso pela minha imprudência.

À exemplo de Paulo em sua humilde reverência

à Luz de Cristo que assim fez por o amar.

Uso dessa passagem bíblica como referência

á minha cegueira que ponho a versar.

Em estrofes e versos venho eu a conversar

com o Sol que não sai da minha consciência.

E assim como com Orião,

o mesmo Sol que outrora me cegou,

embevecido traz a mim a minha visão.

Em raios resplandecentes me confessou

que meus versos trouxeram a mim o seu perdão,

e desde então outrossim a mim ele se afeiçoou.

Binho Laranjeira
Enviado por Binho Laranjeira em 21/03/2016
Código do texto: T5580151
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