NÁUFRAGO
Hoje que navego em bravo mar
onde, aos poucos, minha vida degenera,
sobre mim há densas nuvens carregadas
que desabam em tempestades de quimera.
É o que resta a este náufrago perdido,
além da obsoleta nau que me conduz.
Terra firme é só um sonho impossível
já que todos os faróis negam-me a luz.
Não sei se um dia acalmará a tempestade,
se novamente eu verei no céu brilhando
o astro rei que irradia claridade,
acho que nunca conseguirei ancorar...
As nuvens negras continuam ocultando
o brilho certo da minha estrela polar.