ANJO NEGRO
Magníficas cabeças não se curvem
Aos olhares selvagens do anjo negro,
A conspirar com sombras que o seduzem
E a dividir a lama com seu Cetro.
Tal homem, sem juízo, faz seu ninho
Em espaços vazios... Sem utopias!
Sem um graveto não faz nó o pinho.
Despecam uma a uma a suas vinhas!
Aos convertidos brada como um padre
Ao púlpito a dizer: Eu sou fiel!
Só-que-tudo que eu faço nem Deus sabe!
E o misterioso mar, que à noite é cego,
Com sua capa preta fala aos Céus:
Alguma peça falta desse Lego?
Canoas, abril de 2016 - RS