DEUS e a gênese do amor em sete dias

 
  Dia I  
A luz

 
No primeiro dia Deus fez o amor que conduz.
Para nos ensinar o brilho sublime da paz.
E na essência deste sentimento refaz.
O abismo das trevas em trajetória de luz.
 
Na cátedra do amor a luz foi criada.
Para que após a noite viesse outro dia.
Onde os raios trazem singela homilia.
Em entrega de tempo novo... Verdadeira Dádiva.
 
Vivemos muito para amar muito mais.
Porque só o amor compraz.
Na magia ímpar de viver.
 
E mesmo quando faz calar.
Impondo silêncio na vontade de gritar.
O desejo de não morrer.


 
DIA II
 O firmamento


No segundo dia houve o firmamento.
E com nossas lágrimas surgiu o celeste.
Para que nascesse em nobre prece.
A fé de que o amor não é esquecimento.
 
O amor puro não é ciência.
E separa as águas, mesmo em correnteza.
Porque na dor existe a certeza.
Que dela sairemos em resiliência.
 
Quando amamos, conseguimos viver.
Quando se vive, não há anoitecer.
E mesmo com a lua vislumbra-se o norte.
 
Que nos guia em forte tempestade.
Fazendo compreender a única verdade.
Pois quem ama não está em morte.

 

 DIA III
 A terra


No terceiro dia surgiu a terra.
Para fazer real abstrata emoção.
Que preenche o coração.
No deleite do amor... Melhor quimera.
 
E este amor tem semente e fruto.
Para perpetuar o que é etéreo.
Fundamento da vida, sabor eterno.
De quem vive em voz, mesmo quando mudo.
 
O amor é sopro de vida.
Sendo brisa de chegada ou tempestade de partida.
No rio d’água que as vezes traz desgosto.
 
Vertendo na face água ferida.
Que só o tempo seca e cicatriza.
Para encontrar sorriso em novo rosto.
 


DIA IV
 As estrelas


No quarto dia veio estrela linda, cheia de brilho.
Para encantar a alma e iluminar.
O caminho de quem quer chegar.
Na cidade do amor... Sublime destino.

O firmamento se fez mais bonito.
Quando o crepúsculo anunciou sua chegada.
E fez a noite então enluarada.
Onde Deus apresentou indescritível riso.
 
O amor também é belo em saudade.
Já que em reminiscência vira eternidade.
De quem foi, mas jamais partira.
 
Pois a saudade não é vazia, por ser tanta.
E jamais será baldia por ser lembrança.
De quem não morre.... Sempre vida.


 
DIA V
 A vida


No quinto dia o sentimento ganhou asas.
Para enlevar os mais belos desejos.
Que em sonhos ganham a forma de beijos.
No toque de bocas enamoradas.
 
Frutifica-se então o amor em toque suave.
Que descerra o sentimento que faz florir.
Fazendo almas unas sorrir.
No encontro face a face.
 
E o beijo é o toque mais sublime.
De uma alma inteira que exprime.
Todo desejo e emoção.
 
E mesmo com os olhos cerrados.
O olhar não se encontra fechado.
Pois quem enxerga é o coração.


 
DIA VI
 O homem à nossa imagem e semelhança


E se fez o homem então ao mundo surgir.
Com o intuito indelével de avançar.
Ao seu próximo ensinando o que é amar.
Para nas dores da
 expiação evoluir.
 
Com a semente em parábola Deus contemplou.
Ao homem e a mulher sublime doação.
De perpetuarem o sentimento de perdão.
E fazer infinito o ato de amor.
 
Quando se perdoa saímos do espelho.
Que reflete ego, triste desejo.
Fazendo negar precisa indulgência.
 
Mas com amor se consegue compreender.
Que perdoar é mais que viver.
É ensinar ao agressor nova existência.
 


DIA VII
 O descanso


Quem em amor segue descansa.
Remido pelo que é mais sagrado.
Alcança o céu desejado.
No sono justo de criança.
 
E quando todos compreenderem fortemente.
Que o amor não é utopia ou sonho.
Que tudo que nestas letras proponho.
É que se viva intensamente.
 
Não se alcança a felicidade do paraíso.
Porque temos muitas lágrimas, poucos sorrisos.
Já que ainda presos no egoísmo a tentar.
 
Mas um dia venceremos a temeridade.
Descobrindo o sentimento de verdade.
Que nos apagará o ego.... Fazendo amar.
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 09/04/2016
Reeditado em 21/06/2017
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