O sol nasce sorrindo, reluzente
O sol nasce sorrindo, reluzente
Hasteia a aurora em resplendor alado
E eu aflito em rumo alquebrado
Acostumado a nunca ser contente
E esta gloria amarela do seu dente
Gargalha deste mundo desgraçado
Ri do infeliz e do angustiado
Em gargalhadas altas de demente
Há muitas depressões, mortal perigo
Sem ter sob essa luz um ombro amigo
E encontra no vão da sombra compaixão
Que loucura é essa luz que se eleva
Intensifica o negrume de minha treva
E a luz que me conforta é a escuridão