SONETO DO ETERNAMENTE

Sentir falta da musa tão brilhante
seriamente nos toques da saudade,
é algo que tolhe d'alma a liberdade
de ser dela um guerreiro-mor andante.

Pois saudade sem jeito é ultrajante,
cortante no brilhar de tal metade:
Meio de nós... Vazio... Tempestade...
E no peito estilhaça o cor* do amante.

A saudade só é boa e concernente
quando dela podemos escapar
e perceber a falta que se sente.

E rápido, no logo, e de repente,
poder tomá-la num grande abraçar,
para no breve, tê-la eternamente.


(*) cor: coração.