Despedida

De todo serei fiel, amor que deixei,

coração que feri, as lágrimas que dei.

Serei coluna de mim, dores enviei

das mãos que não pego, dos beijos que lancei.

Serei, dado, honesto ao recinto,

ao que, de fato, restou e pressinto.

Meses de sufoco de tanto instinto,

soltei-o ao mundo cão, cão extinto.

De todo serei pó mesmo no anseio,

das coisas que deixei, passar devaneios,

que jamais voltarão dentro do meu seio.

Soltura, foi, amor, liberdade pede,

de quem eu tanto amei, alma despede

mundo ganhou o coração que não cede.

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 14/04/2016
Reeditado em 01/06/2016
Código do texto: T5604506
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