Soneto do Oblivião

Sinto-me a faca que nunca corta,

O silêncio que muito incomoda,

A janela que nem serve de porta,

O jardineiro que não faz a poda.

Uma sucessão de erros inteiros,

Sinto incriminado pelos espelhos,

Não acho a palha nos palheiros,

Nem sinto mais os meus artelhos.

Palpitante, sigo sendo nefasto,

O medo da solidão exordial,

Enorme igual o horizonte vasto.

Sinto me incomodado e casto,

Um sebasto a voar no vendaval,

A lacuna do esquecimento fasto.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 30/04/2016
Código do texto: T5621370
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