SONETO DO LUME REINANTE
 
Saudade que me mata bem aos poucos
sempre quando você vou procurar,
nas esquinas dum verso e outro ao calar,
cujo sentir sangra à visão dos loucos.
 
Gritar pelas palavras, versos roucos,
tentando à falta deste amor domar,
não é lógico o verbo desamar,
tanto que produz uns poemas ocos.
 
Só que sinto você quase sumindo
E oro a Deus que não seja algum amante,
triste é tal coração nobre partindo.
 
Impedirei o partir, pois sou o amante
verdadeiro que vê no céu surgindo
aquela que me faz um ser reinante.